II- Não mate, salvo em justa defesa. Arme-se.
III- Não pratique violência, nem cobice. Respeite o uso pacífico da propriedade.
IV- Não minta para negociar ou testemunhar, salvo em justa defesa.
V- Não ajude os perversos, nem negocie com eles.
VI- Não fique paralisado diante da violência; os violentos devem ser perseguidos e punidos.
VII- Censura é sempre barbárie. Palavras não justificam violência.
IX- Não seja um parasita. Respeite os pais e proteja os filhos menores.
X- Respeite a família e os seus membros.
XI- Pratique caridade verdadeira.
XII- Mesmo que não acredite na Divindade, respeite as tradições religiosas pacíficas.
Fundamentos e critérios de confiança
¹ Sempre se lembre e pratique este Fundamentvm: não idolatre. Jamais trate coisas, ideias ou pessoas como se fossem a Divindade, inclusive a si mesmo.
² Somente a Divindade não precisa prestar contas à natureza, à lógica e à autodeterminação, porque apenas Ela não erra nem falha.
³ O erro nasce do conhecimento impreciso ou equivocado da natureza; a falha surge quando algo é executado incorretamente devido ao abismo entre conhecer e praticar.
⁴ Nunca acredite cegamente em ninguém, mesmo que diga praticar o Fundamentvm ou ter conversado diretamente com a Divindade.
⁵ Não confie cegamente em pessoas, ideias ou coisas, pois nenhuma delas é a Divindade. Seja prudente.
⁶ A confiança deve ser fundamentada na natureza, na lógica ou na autodeterminação, jamais em títulos, linhagem, fama, consenso, autoridade, medo ou qualquer outro critério externo a esses fundamentos.
Poder, credulidade e prudência
⁷ Desconfie ainda mais dos poderosos, dos famosos, dos sacerdotes e de quem recebe favores ou dinheiro deles, pois tendem a se afastar da verdade para benefício próprio.
⁸ Toda crença cega é idolatria, pois nega a responsabilidade individual de julgar com fundamento na natureza, na lógica e na autodeterminação.
⁹ Desconfie tanto do que agrada quanto do que desagrada; não permita que o sentimentalismo impeça o exercício da autodeterminação.
¹⁰ Cabe apenas a você examinar a natureza com atenção e lógica, e decidir o próprio caminho com humildade, honestidade e consciência de que todos, inclusive você, podem errar e falhar.
Autodeterminação e responsabilidade
¹¹ Seja compreensivo diante do erro ou da falha, sua ou alheia, pois nenhum de vocês é a Divindade e todos errarão ou falharão em algum momento.
¹² Sempre que possível, busque reduzir a frequência dos erros e das falhas; aprenda com a natureza, com a lógica e com a autodeterminação.
¹³ A autodeterminação é a única característica que o torna humano e semelhante à Divindade, mas nunca igual a Ela.
¹⁴ Assim como a Divindade, a autodeterminação não pode ser demonstrada; é condição indemonstrável para qualquer conhecimento, tal como a natureza e a lógica.
¹⁵ Não é o corpo que o torna humano, nem seus atributos como inteligência, memória, sentimentos ou percepção, mas a autodeterminação que se manifesta por meio deles.
¹⁶ Da autodeterminação derivam a Justiça e a violência, o bem e o mal; dela brotam o Direito Natural, a Ética e a Moralidade.
¹⁷ Use esse dom pacificamente e permita que outras entidades autodeterminantes também o façam.
Pessoa além da forma
¹⁸ Jamais violente outra pessoa porque se manifesta de forma diferente da sua.
¹⁹ Não é a semelhança física com os símios que o faz humano, mas a capacidade de manifestar autodeterminação.
²⁰ Respeite todas as pessoas, independentemente da forma pela qual se manifestam.
²¹ Você não é a coisa por meio da qual sua autodeterminação se manifesta nesta existência.
Origem e uso da autodeterminação
²² A autodeterminação se expressa na natureza, mas sua fonte, assim como a da Divindade, transcende a existência física.
²³ Use o presente da autodeterminação como quiser, pacificamente.
Não violência e respeito universal
²⁴ É idolatria violentar, incentivar ou aprovar violência por causa de cor de pele, idade, inteligência, sexo, orientação sexual, convicções, raça, espécie, idioma, vestimenta, origem, escolaridade, profissão, hábitos, costumes, riqueza ou qualquer outra condição externa.
²⁵ Busque conviver em paz com todas as entidades autodeterminantes, não importa sua origem ou aparência.
²⁶ Aparências e atributos físicos não definem uma pessoa; o que importa é a autodeterminação que ela manifesta.
Presunção de pessoa e abrangência
²⁷ Se houver dúvida razoável sobre a manifestação de autodeterminação, trate a entidade como pessoa e respeite-a como tal.
²⁸ Esteja atento: esse presente pode manifestar-se em qualquer coisa, não apenas em animais da espécie Homo sapiens.
²⁹ Respeite a autodeterminação onde quer que ela se manifeste e jamais confunda coisas sem autodeterminação com pessoas.
Idolatria e falsos deuses
³⁰ A idolatria é a mãe de toda violência e cobiça, jamais se deixe escravizar por ela.
³¹ Também é idolatria tratar símbolos, tradições, nomes, ideias ou doutrinas como divindades. Nenhum conceito ou representação, por mais belo ou útil, está acima da natureza, da lógica e da autodeterminação.
³² Jamais substitua um falso deus por outro mais sutil.
³³ É seu dever julgar por si mesmo com base no Fundamentvm.
Prática coerente e frutos
³⁴ Pratique o Fundamentvm com sinceridade e empenho e receberá o dom de praticar os demais princípios que lhe cabem.
³⁵ Será favorecido pela Divindade, mesmo se não acreditar nela, porque a prática coerente do Fundamentvm, por si só, eleva a mente e o espírito.

De nada adianta quebrar obras de arte, se continua tratando coisas, pessoas ou ideias como se fosse a Divindade. Se não consegue apreciar um símbolo, como intuirá o Divino? Não seja um bárbaro
II- Não mate, salvo em justa defesa. Arme-se.
Princípios gerais da justa defesa
¹ A justa defesa é o uso da força para impedir violência dolosa, atual ou iminente, contra si ou contra terceiros.
² Ela não tem limite nem proporcionalidade; depende exclusivamente do julgamento e da bondade de quem a executa.
³ O Direito Natural é a engenharia do uso da força para proteger os pacíficos e punir os violentos.
⁴ É barbárie atacar dolosamente pessoas pacíficas.
⁵ É perverso exigir moderação ou compaixão de quem age em justa defesa contra bárbaros, pois o Direito Natural não existe para proteger violentos.
⁶ Quem deseja moderação e compaixão verdadeiras argumentará ou negociará com a outra parte; jamais iniciará violência dolosa contra quem estava em paz.
⁷ Ser pacífico não significa ser inofensivo.
⁸ Ser tolerante não é permitir que bárbaros pratiquem violência impunemente.
⁹ Arme-se e esteja preparado para agir em justa defesa.
¹⁰ Bárbaros não respeitam o Direito Natural e desprezam argumentos e convenções.
¹¹ Como os animais, somente temem o uso da força.
¹² Desarmar os pacíficos é multiplicar a violência.
¹³ Jamais confie em quem deseja desarmar os pacíficos sob falsas promessas de paz.
¹⁴ Sem pacíficos prontos para agir em justa defesa, não haverá paz; haverá escravidão e violência praticadas pelos bárbaros com boas intenções.
¹⁵ Seja atento e prudente; ações e omissões valem mais que palavras.
¹⁶ Se os muros da cidade são altos, pode ser prudência para evitar ataques; se os muros das casas dentro da cidade são altos, é sinal de que o direito foi pervertido para proteger violentos.
¹⁷ O violento teme a força justa; por isso quer desarmar as vítimas potenciais.
¹⁸ O justo se alegra quando mais um pacífico se arma.
¹⁹ Se for desarmar alguém, desarme apenas quem praticou ou estava prestes a praticar violência, até julgamento e punição, caso não tenha sido morto em justa defesa.
²⁰ Após cumprir a pena, se ainda estiver viva e capaz, nem essa pessoa deve ser impedida de se armar; ela já pagou pelo que fez.
²¹ Quem escolhe o suicídio é responsável por sua própria morte; quem morre ao atacar e é parado em justa defesa também.
²² Assim como o suicida, o violento poderia ter buscado ajuda ou negociado, mas escolheu se colocar em risco. Se for preciso matá-lo em justa defesa, não se arrependa; ele procurou a própria morte.
Gestação iniciada por estupro
²³ Gestação ou replicação iniciada por estupro é continuidade da agressão inicial. A vítima que escolhe cessá-la age em justa defesa.
²⁴ Se a vítima decidir continuar, é porque perdoou o estuprador e assumiu o risco da gravidez, qualquer que seja sua razão moral. Depois disso, a cessação só é permitida diante de risco de morte ou grave ameaça à integridade física.
²⁵ Se houver aborto em justa defesa, a perda da entidade humana em potência será imputada ao estuprador, autor da agressão, que responderá como assassino diante da Justiça.
Guerra
²⁶ A guerra é a justa defesa coletiva.
²⁷ Só ocorre quando o Direito Natural e os acordos falham.
²⁸ Evite-a sempre que possível.
²⁹ Quando começar, vença-a por qualquer meio.
³⁰ Não há obrigação de respeitar acordos ou o Direito Natural do povo agressor durante a guerra, assim como não há limite nem proporcionalidade fixos na justa defesa individual.
³¹ A piedade com o inimigo depende apenas da bondade e da conveniência de quem executa a defesa coletiva.
³² Na guerra, o inimigo usará sua bondade contra você.
³³ Ser piedoso não garante que ele será piedoso com você ou com sua família.
³⁴ Se os bárbaros não respeitaram acordos ou o Direito Natural antes da guerra, não respeitarão durante ou depois dela.
³⁵ Lute com ferocidade e vença.
³⁶ Lembre-se de Ulisses, que fingiu entregar um presente aos troianos apenas para destruí-los.
³⁷ Qualquer estratégia é válida para terminar a guerra e trazer paz.
³⁸ O apego à moralidade é um luxo reservado aos tempos de paz.
³⁹ Se houver entre os bárbaros alguém sabidamente pacífico, poupe sua vida e preserve seus bens; a guerra visa impor a paz, não multiplicar a barbárie.
⁴⁰ Não puna nem incentive punição contra seu vizinho por ter matado ou saqueado bárbaros inimigos durante a guerra; ele estava em combate, não em negócios.
⁴¹ Na guerra não há direitos nem garantias; apenas vencedores e vencidos.
⁴² Melhor ser livre em um mundo arrasado pela guerra do que escravo em uma terra próspera.
⁴³ A história é contada pelos vencedores.
⁴⁴ Ai dos vencidos.
⁴⁵ Vencer é sempre preferível a perder.
⁴⁶ Se alguém do seu povo cooperar com bárbaros inimigos ou lhes conceder vantagem durante a guerra, mate-o sem piedade e tome suas propriedades; caso contrário, ele sabotará sua defesa e o entregará como escravo.
⁴⁷ Se o povo inimigo for guiado por ladrões e escravocratas, não aceite paz ou trégua; destrua todos os líderes e seus apoiadores de forma exemplar, se necessário dolorosa, para servir de alerta contra a barbárie.
⁴⁸ Se houver no povo inimigo quem deseje praticar os Princípios Universais, facilite sua deserção ou imigração, mesmo em guerra.
⁴⁹ Se alguém do povo inimigo trair por dinheiro ou poder, use-o enquanto útil, mas jamais o poupe; quem trai o próximo trairá qualquer um.
⁵⁰ Quem vende o próprio povo também venderá o seu, se puder.
⁵¹ Jamais confie em traidores.
⁵² Mesmo na guerra ou em sua iminência, não use a força para obrigar seu vizinho a lutar.
⁵³ Legionários são necessários, e também quem fornece suprimentos, serviços e doações; respeite todas as formas de contribuição para a vitória.
⁵⁴ A guerra preserva a civilização; se você escravizar seu vizinho para forçá-lo a lutar, os bárbaros já venceram e nada restará para preservar.
⁵⁵ Se usar a guerra como desculpa para atacar indivíduos pacíficos entre os bárbaros, eles já terão vencido sem lutar.
⁵⁶ Quem ergue a espada contra um pacífico ergue contra toda a civilização.
⁵⁷ Lembre-se de que coletivos são compostos por indivíduos; se houver um único pacífico entre os bárbaros, preserve sua vida e patrimônio, pois ele é um de nós.
⁵⁸ Quem salva a vida de um pacífico salva o mundo inteiro.
⁵⁹ Um povo que luta livre permanecerá livre.
⁶⁰ Um povo que luta escravizado, vença ou perca, continuará escravizado.
⁶¹ Alistamento forçado é escravidão.
⁶² Não permita que a guerra o transforme em bárbaro contra seu próprio vizinho ou contra indivíduos pacíficos, mesmo que vivam entre bárbaros.
⁶³ Na guerra, use sua fúria apenas contra o inimigo bárbaro; jamais contra o vizinho ou contra pacíficos.

“Si vis pacem, para bellum”. Se quer paz, prepare-se para a guerra.
III- Não pratique violência, nem cobice. Respeite o uso pacífico da propriedade.
Definições básicas
¹ Violência é o uso não consentido da propriedade alheia, qualquer que seja a finalidade.
² Propriedade é sempre uma res raritas, isto é, uma coisa escassa.
³ Coisas não escassas não podem ser apropriadas, pois o uso por uma pessoa não impede o uso por outra.
Pessoa, escassez e autodeterminação
⁴ A primeira propriedade de qualquer pessoa é a coisa, ou o conjunto de coisas escassas, por meio das quais sua autodeterminação se manifesta, seja animal, vegetal, máquina ou outra.
⁵ Pessoas são coisas escassas autodeterminantes, independentemente do meio físico, químico ou eletrônico por meio do qual se manifestem.
⁶ Se for muito provável que uma coisa escassa manifeste autodeterminação no futuro, mesmo que agora não, então ela também é uma pessoa e deve ser tratada como tal, ainda que essa manifestação ocorra por meios não biológicos.
⁷ A autodeterminação claramente manifestada por uma coisa escassa é critério suficiente para reconhecer uma pessoa, mesmo que essa coisa seja composta por circuitos, códigos ou estruturas não orgânicas; a justiça precede a biologia e a técnica.
Autopropriedade e integridade
⁸ Toda coisa escassa por meio da qual uma pessoa manifesta sua autodeterminação compõe sua primeira propriedade, a autopropriedade. Inclui corpo, suportes físicos, circuitos, redes, sinais e qualquer estrutura material necessária à manifestação da vontade.
⁹ Destruir, violar, usar ou apropriar-se de qualquer parte dessa estrutura sem consentimento é violência.
¹⁰ A destruição de pessoas sem consentimento é assassinato; o uso não consentido delas para fins sexuais é estupro.
Regra de não agressão e cobiça
¹¹ Salvo em justa defesa ou punição por violência, jamais use a força contra pessoas ou propriedades sem consentimento, não importam as boas intenções; isso é violência e é barbárie.
¹² Não cobice. Seja justo.
¹³ Cobiçar é querer ou aprovar o uso da violência para obter algo, ainda que a causa pareça nobre.
¹⁴ Admirar a beleza da forma corporal da pessoa vizinha não é cobiça; pensar em sequestrá-la, estuprá-la ou escravizá-la, sim.
¹⁵ Apreciar as posses de um amigo também não é cobiça; desejar roubá-lo ou apoiar quem o faça, sim.
Troca compulsória e respeito ao uso pacífico
¹⁶ Obrigar alguém a comprar, pagar ou aceitar um serviço contra a vontade é roubo, mesmo que o serviço seja útil.
¹⁷ Respeite sempre o uso pacífico da propriedade alheia, independentemente da finalidade ou moralidade.
¹⁸ Se o uso pacífico resultar em dano físico indireto não consentido contra terceiros, o proprietário será punido se houver dolo direto ou eventual, ou indenizará a vítima se houver culpa por negligência, imprudência ou imperícia.
¹⁹ Só há agressão física se houver dano físico não consentido a outra pessoa ou propriedade; caso contrário, trata-se de inconveniência, falta de etiqueta ou desconforto, não de violência.
Reprodução, consentimento e integridade corporal
²⁰ É violência usar o corpo de outra pessoa para gerar descendentes sem consentimento ou para obrigá-la a se prevenir de doenças ou de mau funcionamento.
Convivência com o vizinho
²¹ Se o vizinho usa suas coisas pacificamente de forma inconveniente, desconfortável ou imoral, resolva a discordância pacificamente; isso é ser civilizado.
²² Tolere o vizinho sem educação, inconveniente, imoral ou chato enquanto ele usar as coisas dele em paz; não use a força contra ele nem apoie quem a use.
²³ Se discorda do uso pacífico que seu vizinho faz de suas coisas, busque soluções pacíficas, adquira produtos ou serviços que resolvam a questão ou mude-se para uma vizinhança mais compatível.
²⁴ Não seja bárbaro nem fraco de espírito; você não é dono do seu vizinho nem das coisas dele.
²⁵ Cuide da sua vida e deixe o outro em paz.
²⁶ Problemas se resolvem com diálogo e negociação pacífica.
²⁷ Não use a força contra um vizinho pacífico com quem discorda.
²⁸ Viva e negocie em paz; permita que outros façam o mesmo.
Livre negociação e trabalho sem coerção
²⁹ Se não concorda com a forma como alguém negocia pacificamente, escolha outro parceiro ou abra seu próprio negócio.
³⁰ Não obrigue, não proíba e não imponha condições ao trabalho pacífico de outra pessoa, qualquer que seja o motivo; isso é roubo e escravidão disfarçados de falsa caridade.
³¹ Apoiar ou concordar com o uso da força contra trabalho ou negócios pacíficos é cobiça da pior espécie, pois manifesta o desejo de brincar de deus com a vida alheia.
³² Maldito é o cobiçador que finge se importar com o bem-estar alheio, mas apoia o violento que impede ou dificulta o sustento pacífico do outro.
³³ Maldita é toda falsa virtude cujo fruto é a violência e cuja semente é a cobiça.
Tolerância, exemplo e não interferência
³⁴ Se não concorda com o uso pacífico que alguém faz de sua propriedade, dê o exemplo mostrando usos pacíficos melhores.
³⁵ Não use a força para impedir, obrigar ou impor condições ao uso pacífico que outra pessoa faz do que é seu; ela não é sua escrava.
³⁶ Apoiar ou concordar com o uso da força contra bens alheios usados pacificamente já é cobiça, mesmo com boas intenções; isso é barbarismo disfarçado.
³⁷ Permita que os outros usem suas coisas em paz, ainda que você discorde profundamente; isso é verdadeira tolerância.
³⁸ Se o uso pacífico alheio lhe parecer inconveniente, desconfortável, deseducado ou imoral, não caia na tentação de usar a força; busque soluções pacíficas.
³⁹ Não interfira no uso pacífico que outros fazem de seus bens, negócios ou vidas, mesmo que sejam imorais ou hereges.
⁴⁰ O desejo de mandar na vida, nas coisas ou nos negócios pacíficos dos outros é cobiça, seja ele verbalizado ou apenas pensado.
Raiz moral e conclusão
⁴¹ Elimine a corrupção causada pela idolatria; só assim será possível vencer a cobiça e extinguir a violência que ela provoca e incentiva.
⁴² Viva e deixe viver, em paz.

“Mea res, meae regulae”: “Minha propriedade, minhas regras”. Todo uso pacífico da propriedade deve ser respeitado, ainda que cause escândalo moral.
IV- Não minta para negociar ou testemunhar, salvo em justa defesa.
Verdade, mentira e justa defesa
¹ Não minta para negociar ou testemunhar, salvo em justa defesa.
² Não se deixe enganar por hipócritas moralistas. Se é permitido até matar em justa defesa, por que não seria permitido mentir?
Contra a idolatria e o sentimentalismo
³ Não seja como os idólatras que têm olhos e não veem, ouvidos e não ouvem; aprenda sempre com a natureza, com a lógica e com a autodeterminação, que são partes inseparáveis do Fundamentvm.
⁴ Os idólatras mentem, omitem e apelam ao sentimentalismo ou à violência para enganar os ingênuos e disfarçar o erro e a falha. Não seja como eles. Não idolatre.
⁵ Busque o conhecimento com sensatez e honestidade. Quebre os ídolos mentais. Aprenda e ensine sem idolatria.
Sinceridade, silêncio e prudência
⁶ Seja honesto ao elogiar e evite discussões calorosas e infrutíferas.
⁷ Omitir não é mentir. Vale mais o silêncio ou desviar do assunto do que oferecer fatos a quem não os compreende.
⁸ Se sabe que a informação será usada para incentivar a cobiça ou violentar pacíficos, ou para violar a autodeterminação de qualquer entidade, cale-se; o silêncio e a omissão podem ser formas sensatas de justa defesa.
⁹ A sinceridade só deve ser exercida sem filtro com quem aprecia o conhecimento e é capaz de refletir sobre ele com maturidade.
Risco da informação para imaturos
¹⁰ Compartilhar fatos com pessoas imaturas é como acender uma luz dentro de um barril de pólvora para ajudar uma criança presa: a intenção é boa, mas o resultado será desastroso.
¹¹ Evite desgastes desnecessários. É vergonhoso um adulto brigar como criança por discordar de fatos; mais vergonhoso ainda é provocar o infantilizado sabendo que isso não o ajudará.
¹² Se o ouvinte age como criança, seja o adulto. Domine a arte do silêncio.
Conhecimento e responsabilidade
¹³ Jamais compartilhe conhecimento com pessoas irresponsáveis; elas o pisarão, distorcerão e transformarão em instrumento de violência, e ainda zombarão de quem o transmitiu.
¹⁴ Assim como não se dão armas a crianças, não se devem entregar verdades perigosas aos que não sabem usá-las.
¹⁵ Da mesma forma que não se confia carga pesada a quem não pode carregá-la, não se deve entregar conhecimento a quem não tem estrutura para suportá-lo sem lesionar a si ou aos outros.
¹⁶ Escolha seus pupilos com sensatez. Nunca aceite quem se inclina à violência ou simpatiza com perversos, ou será traído e violentado por eles.
Apresentação da verdade
¹⁷ Mesmo o melhor vinho, se azedar, ninguém o beberá; assim também a verdade mal apresentada não será aceita.
¹⁸ Seja cauteloso, e não mentiroso, ao ensinar.
¹⁹ Transmita a mensagem da forma mais fiel possível, considerando as limitações de quem ouve.
Luz e medida
²⁰ Assim como a coruja não enxerga de dia, a luz dos fatos pode cegar os que não estão prontos.
²¹ Mais vale uma luz branda que guia na escuridão do que uma luz forte que cega ao meio-dia.
Moderação e humildade
²² Seja moderado ao ensinar e humilde ao aprender.
²³ Seja honesto para elogiar e cauteloso para criticar.
²⁴ Jamais bajule nem permita que os fatos sejam apresentados de forma que impeçam ou dificultem o aprendizado.
Erro, falha e idolatria
²⁵ Todos dizem ou defendem besteiras em algum momento; não se envergonhe por isso.
²⁶ Até os mensageiros destes princípios erram.
²⁷ Quando perceber que algo fere a natureza, a lógica ou a autodeterminação, não persista no erro; corrija-se.
²⁸ Aprender leva tempo e exige humildade e persistência.
²⁹ Quando errar ou falhar, aprenda com isso.
³⁰ Só Deus não erra nem falha; você não é Deus.
³¹ Aprenda com o erro e siga em frente.
³² Quando seu semelhante errar ou falhar, seja compreensivo; ele também não é Deus.
³³ O erro ou a falha só são vergonhosos quando, mesmo conscientes deles, insistimos neles ignorando a natureza, a lógica e a autodeterminação; isso é idolatria.
Retórica a serviço da verdade
³⁴ A retórica pode esclarecer ou confundir.
³⁵ Use-a para ajudar o ouvinte a perceber com clareza a natureza por meio da lógica, nunca para ocultar erros e falhas.

O lobo que devorou uma ovelha acusa outra inocente, enquanto finge virtude. O rebanho, cego pela retórica, condena quem estava em paz, ignorando a natureza e a lógica que apontam o verdadeiro assassino: o lobo. Em toda mentira há dois culpados: quem a conta e quem acredita nela. Pratique o 4º Princípio Universal e jamais confie cegamente em ninguém (1º Princípio Universal).
V- Não ajude os perversos, nem negocie com eles.
Separação e não cooperação
¹ Não ajude pessoas perversas. Não salve suas vidas. Não as perdoe.
² Ignore-os, evite-os, não negocie com eles.
³ Tudo que sai da boca dos perversos é falsidade, e tudo que fazem ou deixam de fazer tem segundas intenções violentas.
⁴ Jamais confie neles. Previna-se sempre contra a violência terrível que podem cometer se tiverem chance.
⁵ Não ouça seus conselhos nem aceite ajuda deles; toda proposta traz veneno oculto.
Guerra e resolução implacável
⁶ Evite a guerra com os perversos, mas, se ela começar, não faça paz.
⁷ Devaste-os até o último. Não deixe pedra sobre pedra; destrua até os alicerces.
⁸ Na guerra, destrua todos os perversos sem exceção, mesmo que sejam mulheres, idosos, doentes ou crianças. Não tenha piedade.
⁹ Na dúvida, destrua também seus pertences, plantações e animais, pois tudo pode esconder armadilhas ou venenos fatais
Natureza da perversidade e alerta
¹⁰ Perversos são uma doença letal e contagiosa disfarçada de cura. ¹¹ Sempre que possível, alerte os outros sobre sua violência e cobiça; prepare-se para se defender contra o que farão ou incentivarão, se tiverem oportunidade. ¹² Perversos são os maiores semeadores de violência do mundo.
Autoridades religiosas perversas
¹³ Todo sacerdote violento ou cobiçador é perverso; não há exceção.
¹⁴ Também é perverso todo sacerdote que tenta impor regras religiosas com violência a quem não é religioso; não há exceção.
Manipulação, hipocrisia e propaganda
¹⁵ Os perversos manipulam; usam sua bondade contra você para convencê-lo a cobiçar e praticar violência.
¹⁶ Fingem praticar os Princípios Universais e falar em nome da Divindade.
¹⁷ Usam palavras belas, apelos à compaixão, à piedade ou ao remorso para semear cobiça e violência.
¹⁸ A idolatria extrema entorpece o perverso com apetite insaciável por violência e cobiça, disfarçadas de virtude.
¹⁹ São dissimulados e hipócritas; alternam mentira e verdade conforme a conveniência para semear mais violência e cobiça.
²⁰ Incentivam e praticam violência contra pessoas pacíficas e indefesas; instigam agressão contra quem discorda dessa violência.
²¹ Semear discórdia e violência “em nome da paz” é uma de suas especialidades.
²² Acusam os pacíficos de violência e se proclamam homens de paz, embora a natureza e a lógica revelem que espalham violência e cobiça desenfreada.
Vontade da maioria e desprezo pelos fundamentos
²³ Defendem a perversidade com base na vontade da maioria, mas rejeitam essa mesma maioria quando ela se inclina ao Fundamentvm; são hipócritas contumazes.
²⁴ Pervertem, mentem e só respeitam a natureza, a lógica e a autodeterminação quando isso serve para semear mais violência e cobiça.
²⁵ São mestres em proferir mentiras agradáveis para induzir outros a violentar e cobiçar em nome de boas intenções.
²⁶ Protegem violentos e condenam pacíficos que usam a força em justa defesa ou para punir violentos.
Iscas, escravidão e idolatria atrativa
²⁷ Convidam as pessoas a beber veneno, iludindo-as de que é o mais nobre dos vinhos.
²⁸ Incitam à escravidão e à violência prometendo liberdade e paz.
²⁹ Incentivam idolatria com belos nomes; só trazem violência, miséria, tirania e cobiça a quem os leva a sério.
³⁰ Impõem ideias erradas com violência, medo, mentira e manipulação.
³¹ Ameaçam discordantes e violentam quando têm oportunidade.
³² Usam, destroem e descartam pessoas como coisas, conforme sua conveniência.
³³ Nunca tente salvar um perverso caído num fosso; ele o puxará, usará como escada e o abandonará lá para morrer, depois convencerá outros de que você o empurrou.
Limites da persuasão e verificação
³⁴ Perversos não podem ser salvos por terceiros nem convencidos por argumentos.
³⁵ Somente o próprio perverso pode sair das trevas espessas em que se encontra.
³⁶ Ainda que pareça ter saído, jamais confie sem antes examinar suas ações e omissões, pois até isso pode fazer parte do plano para enganar.
³⁷ Nunca se deixe convencer por palavras belas ou promessas fantasiosas; evite até ouvi-los.
Sinalização de risco e proteção da comunidade
³⁸ Se uma árvore só gera frutos venenosos de cheiro agradável, mas letais ao serem ingeridos, arranque-a pela raiz quando puder; no mínimo, alerte seu vizinho e sinalize o local de modo que até crianças compreendam o perigo.
³⁹ Jamais subestime a violência que um perverso pode provocar ou incentivar, ou ele corromperá seu juízo a ponto de você confundir justiça com violência e passar a violentar seu próximo com as melhores intenções.
⁴⁰ Nunca se permita ser usado como instrumento de violência ou de incentivo à cobiça pelos perversos.
Responsabilidade individual e coletiva
⁴¹ O perverso é uma chaga terrível e contagiosa, mas só se espalha quando você ignora a natureza, a lógica e a autodeterminação para crer cegamente em arautos que alegam ter boas intenções.
⁴² Quando isso acontece, o erro já não é só dele, mas seu também.

Uma jovem oferece alívio a um camponês, mas entrega apenas a morte. A natureza, a lógica e a autodeterminação revelam a real face dos perversos: dissimulados e violentos. Por isso, pratique o Fundamentvm. Nunca confie cegamente em arautos que prometem “boas intenções” e soluções fáceis. Todo animal mostra os dentes antes de atacar; o perverso também, com um sorriso sedutor.
VI- Não fique paralisado diante da violência; os violentos devem ser perseguidos e punidos.
Prontidão e justa defesa
¹ Jamais fique paralisado diante da violência dolosa.
² Escravocratas, ladrões, assassinos, estupradores e sequestradores devem temer o aço da Justiça.
³ Exerça a justa defesa, a seu critério, quando a violência estiver em curso ou for iminente.
Julgamento e custeio
⁴ Se a violência já ocorreu e o agressor fugiu, a vítima poderá contratar um juiz para julgar o caso.
⁵ O juiz decidirá se houve violência e fixará, de forma motivada, os limites máximos de reparação e de pena.
⁶ Todas as despesas de investigação, julgamento e execução serão adiantadas por quem as contratar, com ressarcimento pelo condenado; não haverá ressarcimento se houver absolvição ou perdão total.
⁷ Se a vítima tiver morrido ou estiver incapacitada, o sucessor poderá contratar esses serviços.
⁸ Sucessor é qualquer herdeiro dos bens e direitos da vítima.
Dolo, culpa e absolvição
⁹ Um juiz jamais deve condenar um inocente; havendo dúvida razoável, deve absolvê-lo.
¹⁰ Violência culposa será apenas reparada, mesmo que resulte em morte.
¹¹ Violência dolosa será sempre punida, além de reparada, a critério da vítima ou do sucessor até o limite da pena fixado pelo juiz.
¹² Não há pena sem dolo provado.
¹³ O juiz deve ter certeza da autoria e da intenção violenta; sem isso, impõe-se somente reparação se houver culpa.
¹⁴ Ninguém deve ser punido sem dolo e ninguém deve reparar sem, ao menos, culpa comprovada.
Responsabilidade individual e proporcionalidade
¹⁵ Toda pena e toda reparação são individuais; ninguém responde por atos de familiares ou de grupos.
¹⁶ Penas coletivas são aberração bárbara.
¹⁷ A pena máxima será proporcional à violência sofrida.
¹⁸ Quem matou dolosamente poderá ser morto; quem lesionou dolosamente poderá ser lesionado na mesma medida; quem roubou dolosamente pagará valor igual ao roubado, além de perdas e danos.
¹⁹ O agressor também pagará pelos danos a terceiros e pelas despesas do processo.
²⁰ Se não tiver bens, cumprirá servidão até quitar a dívida.
²¹ Mesmo condenado à morte, o sucessor poderá optar por submetê-lo à servidão até o pagamento completo da dívida antes de executar a pena.
Perdão e iniciativa da vítima
²² A vítima ou o sucessor poderá exigir reparação ou aplicar a pena até o limite fixado, podendo perdoar total ou parcialmente.
²³ Em caso de perdão total, as despesas do processo correrão por conta da vítima ou do sucessor.
²⁴ A vítima ou o sucessor poderá agir por conta própria, sem necessidade prévia de submeter o caso a um juiz. Contudo, se provado que a vítima ou o sucessor agiu contra um inocente ou com excesso, será responsável pela violência praticada e punido como tal.
²⁵ Havendo provas da violência e da autoria, o caso poderá ser julgado e punido a qualquer tempo, mesmo que tenha decorrido muitos anos, salvo prova de perdão.
Separação de funções e execução
²⁶ Quem investiga não julga nem executa.
²⁷ Quem julga não executa.
²⁸ Ninguém deve executar pena se tiver dúvida razoável sobre o dolo, ou se considerar a pena excessiva.
²⁹ O executor usará apenas a força necessária para aplicar a pena exigida pela vítima ou pelo sucessor, dentro do limite fixado pelo juiz.
³⁰ Todo excesso será punido como violência.
³¹ Se um inocente for condenado, quem pediu a condenação, produziu provas, julgou ou executou responderá conforme seu dolo ou culpa.
Meios proibidos de investigação e escolha da vítima
³² Nenhuma violência será aceita como meio de investigar outra, ainda que com boas intenções; isso inclui roubo, sequestro, prisão, tortura ou invasão de propriedade alheia.
³³ Toda violência será punida segundo a escolha da vítima ou do sucessor, dentro do limite fixado pelo juiz.
Vingança
³⁴ Se o agressor não puder ser punido por causa do povo ou de juízes corruptos, a vítima ou o sucessor poderá clamar por vingança.
³⁵ Nessa hipótese, qualquer conditor poderá, em segredo, sozinho ou com aliados, aplicar a pena e tomar a reparação devida à vítima ou ao sucessor.
³⁶ O agressor poderá ser morto se não houver como puni-lo ou obter reparação sem risco grave à vida, ao patrimônio ou à segurança da vítima, do sucessor ou dos vingadores.
Exortações finais
³⁷ Que todos temam a Justiça, inclusive os juízes.
³⁸ Sirva de sinal: a violência sempre poderá ser punida, seja por justa defesa, por justiça proporcional ou pela fúria dos vingadores.
³⁹ Conditores não são animais aguardando o abate nem plebeus sujeitos a ordens arbitrárias de juízes corruptos.
⁴⁰ Quem impede a Justiça semeia a vingança e a guerra.

A Justiça não dorme, não hesita, não ignora. Quem deixa de punir os violentos, alimenta a vingança e semeia a próxima guerra.
VII- Censura é sempre barbárie. Palavras não justificam violência.
Regra geral e postura diante de palavras
¹ Se alguém disser algo que desagrade, ainda que duro, deseducado, imoral, herege ou mentiroso, não use a força para calá-lo nem deseje vingança.
² Se o que foi dito é fato, corrija-se se necessário; aprenda com os fatos, mesmo quando forem duros.
³ Se for algo pessoal, aceite a realidade. Se não gostar do que vê no espelho, use sua autodeterminação para mudar.
⁴ Não se comporte como criança birrenta; ser autodeterminante exige aceitar os fatos e a si mesmo como são.
⁵ As coisas são o que são; gostar ou não gostar não altera a natureza delas, apenas revela maturidade ou imaturidade.
Aceitação da realidade e uso da autodeterminação
⁶ Se não aprecia os fatos que o outro percebeu, a responsabilidade é sua por não aceitá-los.
⁷ Para mudar os fatos, conheça a natureza com lógica; assim poderá transformá-la, talvez até para fazer ratos voarem.
⁸ Aceite-se ou transforme-se, mas não mudará nada enquanto agir como criança, ignorando a natureza, desprezando a lógica e omitindo-se na autodeterminação.
Quando for mentira: como agir
⁹ Se é mentira o que foi dito, não se abale.
¹⁰ Jamais se irrite apenas por ouvir algo falso.
¹¹ Você não é dono do outro que expressa palavras pacíficas que desaprova; você não é Deus.
¹² Não seja bárbaro ao responder com violência a palavras.
¹³ A forma correta de combater mentiras é com lógica e exame dos fatos, nunca com força ou intimidação.
Fatos, percepção e humildade
¹⁴ Lembre-se: muitas ideias tidas como falsas já foram consideradas corretas; e o mesmo ocorrerá com algumas de hoje.
¹⁵ A compreensão de fatos depende da capacidade de percebê-los.
¹⁶ Se a percepção muda, mudam também os fatos percebidos; seja tolerante com as mentiras ditas por quem ainda não enxerga melhor.
¹⁷ Buscar conhecimento é como dançar uma valsa: ora se pisa nos fatos, ora na mentira; assim segue o baile.
¹⁸ Seja humilde ao aprender: os fatos de hoje podem ser as mentiras de amanhã.
¹⁹ Procure compreender a natureza da melhor forma possível agora, com honestidade, sinceridade e tolerância, apoiado nos fatos que percebe com lógica.
²⁰ Os fatos do futuro pertencem a quem viver no futuro. O que permanece é o Fundamentvm: natureza, lógica e autodeterminação como base inabalável.
²¹ Enquanto o ser humano depender dos sentidos para conhecer, precisará do Fundamentvm; ele é a luz que guia na escuridão e a bússola que aponta a paz e o bem.
²² Chegará o dia em que cada um entenderá a natureza e a si mesmo sem depender dos sentidos; então conhecerá a Verdade e será libertado do útero material do universo.
Respostas adequadas: silêncio, analogia e fatos
²³ Se alguém disser algo que você considera mentira, responda com silêncio, analogia ou fatos.
²⁴ Use fatos apenas se o ouvinte for capaz e merecer recebê-los.
²⁵ O silêncio evita conflitos quando o ouvinte não pode ou não merece receber conhecimento.
²⁶ A analogia ajuda quando ele não compreende os fatos ou quando a barbárie é tanta que mencioná-los o colocaria em risco.
²⁷ Palavras só abalam quem teme os fatos ou se permite abalar.
Responsabilidade emocional e autocuidado
²⁸ Se você se abala, a responsabilidade é sua, não de quem falou.
²⁹ Não se preocupe com palavras desagradáveis; se necessário, converse, medite ou fale com um amigo ou ouvidor.
³⁰ Se for devoto, fale com sua Divindade até que a carga se torne leve.
Liberdade de expressão e risco da censura
³¹ Se apoiar violência contra quem diz palavras desagradáveis, os perversos usarão sua cobiça para calar quem afirma a realidade, e isso destruirá a civilização.
³² Não permita que a expressão pacífica seja proibida para poupar sentimentos de adultos infantilizados.
³³ Há um abismo entre ser didático para favorecer a compreensão e usar a força para proibir expressão.
³⁴ O remédio contra mentiras populares é a divulgação sensata dos fatos, nunca a força.
³⁵ Para que os fatos superem mentiras, é preciso deixar que os mentirosos falem, mesmo de forma imoral, herege ou deseducada.
³⁶ Quem relativiza este princípio ajuda a criar uma sociedade fadada à censura total e à tirania de líderes que odeiam ouvir fatos e opiniões inconvenientes.
³⁷ Essa sociedade desabará sob o próprio peso, afogada em mentiras, miséria e violência.
³⁸ Vacine-se contra a intolerância violenta disfarçada de virtude, a censura.
³⁹ Permita que cada um diga o que quiser pacificamente; isso é tolerância real e civilização.
Punição apenas por atos violentos, não por palavras
⁴⁰ Somente a violência deve ser punida, jamais discursos pacíficos, principalmente os que você não gosta.
⁴¹ Nenhuma palavra, promessa ou opinião poderá ser punida com força se não for seguida de ato violento iminente ou concreto.
⁴² Se a promessa de violência não for iminente nem concreta, trate-a como mentira.
⁴³ Quem pune meras palavras é um bárbaro censurador.
⁴⁴ As pessoas só devem ser punidas por praticar ou iniciar violência concreta, jamais por manifestar cobiça ou desejo de violência.
⁴⁵ Deixe o cobiçador revelar sua barbárie; não o puna por dizer palavras pacíficas detestáveis.
⁴⁶ Se todo assassino anunciasse a intenção de matar, seria mais fácil a vítima se preparar para se defender. Portanto, deixe o bárbaro falar à vontade.

O censor segura a bandeira da paz enquanto assassina o escritor e queima seus livros. A plebe aplaude. Assim começa toda tirania: calando vozes pacíficas, matando ideias, proibindo o óbvio. A censura jamais é virtude. É sempre barbárie.
VIII- Não use a violência para incentivar, proibir, impor condições ou reprimir a expressão de qualquer ideia, nem a prática de qualquer conduta moral ou imoral pacíficas.
Regra geral
¹ A força jamais deve ser usada ou apoiada para incentivar, reprimir, obrigar, proibir ou impor condições à expressão pacífica de ideias ou à prática pacífica de moralidade ou imoralidade, não importando sua origem religiosa ou filosófica, nem a “boa intenção” de quem propõe a violência.
Como discordar sem violência
² Se discorda da conduta pacífica do outro, mostre pelo exemplo qual considera correta.
³ Se julga a ideia alheia errada, demonstre com base na natureza, na lógica ou na autodeterminação qual é a correta.
⁴ A força só deve ser usada em justa defesa ou para punir violentos, jamais para proibir, obrigar, reprimir ou condicionar a expressão de ideias ou a prática de moralidade ou imoralidade pacíficas.
Respeito a quem vive em paz
⁵ Enquanto os outros viverem em paz com você, não ouse usar a força contra eles nem os ameace; apenas desejar isso já manifesta cobiça.
⁶ Você não é Deus da vida alheia para agir como fiscal da moralidade ou da imoralidade.
⁷ Não aponte os erros morais de seu vizinho; empenhe-se em mudar a si mesmo.
⁸ Conduta ética se manifesta pelo exemplo, não apenas por discursos.
⁹ Deixe as pessoas viverem em paz à maneira delas, mesmo que você discorde ou esteja certo de que seguem caminho tortuoso, imoral ou herético.
¹⁰ Jamais ameace quem vive em paz ou cultiva ideias diferentes das suas.
Fundamentos da ética
¹¹ A ética é universal e busca compreender o bem e o mal.
¹² Seu fundamento principal é a autodeterminação, assim como a lógica é o fundamento da matemática e a natureza é o das ciências físicas.
¹³ O ponto mais relevante da ética não é a teoria, mas sua prática diária por meio da moralidade.
Natureza pessoal da moralidade
¹⁴ A moralidade é sempre pessoal, não é universal e nunca será; por isso, seus preceitos não devem ser impostos a todos.
Limites do julgamento alheio
¹⁵ Não é possível conhecer com certeza qual valor move a autodeterminação do outro, pois valores diferentes podem gerar a mesma ação.
¹⁶ A mesma ação física pode nascer de valores opostos: um manifesta bondade, outro maldade. ¹⁷ Em ambos os casos, a ação física é idêntica.
¹⁸ Só quem age conhece o valor que motivou seu ato; quem observa só pode supor com base nos fatos que cercam o ato.
¹⁹ Uma ação pode mudar de valor durante sua execução.
²⁰ Só podemos conhecer com certeza o bem ou o mal das nossas próprias ações; do outro, apenas supor.
Não impor preceitos pela força
²¹ Jamais imponha preceitos morais pela força ou espalhará violência.
²² O mesmo pão que alimenta um faminto pode matar um diabético.
²³ O mesmo vinho que eleva o espírito em cerimônia pode arruinar o alcoólatra.
Moralidade só é legítima quando voluntária
²⁴ Moralidade é pessoal e só pode ser praticada voluntária e pacificamente.
²⁵ Jamais obrigue ou proíba, pela força, atos morais ou imorais pacíficos.
Espontaneidade como essência da bondade
²⁶ Uma característica essencial de um ato moral genuíno é sua espontaneidade.
²⁷ Se você impõe “bondade” ou proíbe “maldade” pela força, retira a possibilidade de bondade real.
²⁸ Assim destrói a bondade para impedir um mal tolerável, como matar o boi para matar o carrapato.
²⁹ Maldito quem impede a bondade de se manifestar no mundo pela força, seja para obrigar ou proibir, qualquer que seja a boa intenção.
Critério de punição e verdadeira tolerância
³⁰ Moralidade ou imoralidade só devem ser punidas quando resultarem em violência ou iminência de violência contra pacíficos.
³¹ Jamais use a força para obrigar ou proibir atos morais ou imorais pacíficos, mesmo quando lhe causarem repugnância.
³² Seja realmente tolerante. Você não é Deus. Se o ato herético for grave, cabe à Divindade punir neste mundo, não a você.
³³ Pratique a verdadeira tolerância.

Impor a “bondade” pela força é destruir a própria bondade. Os atos de bondade só florescem quando são espontâneos.
IX- Não seja um parasita. Respeite os pais e proteja os filhos menores.
Independência e respeito
¹ Amadureça, torne-se independente e respeite quem ajudou na sua formação.
² Filhos não são propriedade dos pais, e pais não têm obrigação de sustentar ou proteger filhos adultos.
Dever de proteção durante a infância
³ Aos pais cabe proteger seus filhos enquanto forem crianças, inclusive deles mesmos, contra perigos internos ou externos.
⁴ Essa proteção é exclusiva dos pais, mas pode ser concedida a outra pessoa de forma voluntária.
⁵ A forma pacífica como os pais criam seus filhos menores compete apenas a eles.
Autonomia do menor e regras da casa
⁶ Se o filho menor discorda dessa proteção, deve preparar-se para viver por conta própria.
⁷ Enquanto viver na casa dos pais, respeite as regras deles; se discordar, busque sua própria moradia.
Adulto por capacidade, não por idade
⁸ Se o filho já é capaz de se sustentar e se proteger, é adulto e assim deve ser tratado, independentemente da idade aparente ou de quem gerou o corpo físico.
Respeito entre adultos e limites do aconselhamento
⁹ Pais e filhos adultos devem se respeitar mutuamente, mas respeito não é submissão nem aceitação de violência.
¹⁰ Se houver divergências sobre a vida pacífica do outro, que cada um faça da própria vida um exemplo, sem admoestações não solicitadas.
¹¹ Conselhos a filhos adultos ou a pais só devem ser dados quando pedidos.
Patrimônio e herança voluntária
¹² Os pais não têm direito ao patrimônio dos filhos adultos, nem os filhos ao patrimônio dos pais, salvo disposição voluntária em vida.
¹³ Após a morte, o patrimônio será de quem o dono tiver determinado; se não houver determinação, a divisão seguirá os usos e costumes locais.
Recusa a vantagens obtidas pela violência
¹⁴ Jamais aceite vantagens obtidas pela imposição de moral ou violência, mesmo a legalizada.
Responsabilidade individual
¹⁵ Ter pais pacíficos não garante filhos pacíficos, assim como pais violentos não justificam filhos violentos.
¹⁶ Cada pessoa é responsável por suas próprias ações e omissões; não transfira culpa a pais, filhos ou sociedade.

A missão dos pais é formar adultos livres capazes de caminhar por si pela estrada da vida, jamais criar dependentes eternos.
X- Respeite a família e os seus membros.
Acordos e natureza da família
¹ Honre os acordos pacíficos que celebrou para constituir ou participar da família.
² A família é formada por quem vive contigo pacificamente, conforme acordos voluntários. Não se define por sangue, mas por convivência e respeito mútuo.
Filhos: cuidado e formação
³ Cuide dos filhos que a família gerar até que se tornem adultos e ensine-os a viver e praticar o Fundamentvm.
Convivência, civilidade e revisão de pactos
⁴ Se não for possível viver em paz com alguém da família, aja com civilidade, reformule o acordo ou encerre-o pacificamente.
Liberdade conjugal
⁵ Jamais trate um cônjuge como escravo. Ele é livre para permanecer ou se retirar a qualquer tempo, assim como você.
Votos e integridade nas cerimônias
⁶ Em cerimônias religiosas, não faça votos vãos: eles passam a integrar o acordo familiar. Nunca prometa o que não tem intenção de cumprir.
Patrimônio e usos e costumes
⁷ Sobre os bens, cada membro mantém o que adquiriu. Conflitos sem prova clara serão resolvidos conforme usos e costumes locais.
Filhos após a dissolução
⁸ Havendo filhos após a dissolução, defina com os demais como cuidar deles até que sejam adultos; sem acordo, prevalecerão usos e costumes locais.
Exemplo e prática dos Princípios
⁹ Seja, na sua família, exemplo na prática dos 12 Princípios Universais.
Equilíbrio entre corpo e espírito
¹⁰ O equilíbrio é a virtude essencial: não erre pelo excesso de rigor nem pelo excesso de permissividade.
¹¹ Lembre-se de que você se manifesta neste mundo por meio de um corpo físico sujeito às leis da natureza.
¹² Atender apenas às necessidades espirituais ou apenas às físicas leva ao desequilíbrio e à desgraça.
¹³ A Divindade Máxima não encheu o mundo de beleza para que ninguém a apreciasse, nem lhe deu necessidades físicas para privá-lo de satisfazê-las.
Coerência e autenticidade
¹⁴ Suas ações e omissões revelam no que você realmente acredita. Não seja hipócrita.
¹⁵ Os Princípios Universais não são letra morta. Palavras se degradam; busque no Fundamentvm a fonte viva de onde emanam.
Paz interior e o símbolo de Rômulo
¹⁶ Se viver em guerra consigo, viverá em guerra com sua família. Pacifique-se.
¹⁷ Vença a escuridão dentro de si para que sua luz aqueça e ilumine quem está ao redor.
¹⁸ O lar é o primeiro campo de treino da civilização: quem é violento, traiçoeiro ou mentiroso com quem escolheu para conviver será igual ou pior com o próximo.
¹⁹ Faça como Rômulo: vença sua própria escuridão (Remo) e use-a para brilhar mais. Assim como uma lâmpada precisa do polo negativo para acender, também a luz interior precisa reconhecer e dominar suas sombras.
²⁰ Todo processo de construção exige desconstrução equivalente. Seja prudente para que a idolatria não consuma sua luz.
Fundamento e meditação
²¹ Medite sobre o 1º Princípio Universal: nele encontrará o equilíbrio e o sentido de todos os demais.

A família não é definida por sangue, mas por convivência pacífica e responsabilidade compartilhada. É pela prática dos Princípios que ela se torna a pedra fundamental da civilização.
XI- Pratique caridade verdadeira.
Sentido e efeito da caridade
¹ Auxilie a pessoa próxima com os próprios recursos ou com o próprio trabalho, sempre que quiser ou se sentir triste.
² A caridade verdadeira afasta a tristeza e é a oferenda que a Divindade mais aprecia.
A quem ajudar e os riscos
³ Ajude apenas quem conhece, para evitar favorecer perversos ou embusteiros.
⁴ Ajudar desconhecidos é arriscado: a falsa caridade pode sustentar a barbárie e suas consequências o acompanharão pelo multiverso.
⁵ Jamais ajude perversos, mesmo disfarçados de bondosos.
⁶ O caminho da sabedoria está cheio de armadilhas preparadas por trapaceiros que exploram a bondade alheia.
⁷ Muitos que pregam “amor” e “caridade” semeiam idolatria, violência e cobiça.
⁸ A árvore é conhecida pelos frutos; se o fruto é venenoso, não o coma.
Prudência e consequências
⁹ Seja prudente: a caridade que pratica moldará seu destino.
¹⁰ Se não deseja que outros se machuquem nos espinhos, não plante erva-espinhosa; se não quer envenenados, não plante acônito.
Filtro contra falsos benfeitores e atravessadores
¹¹ O primeiro passo para ajudar o próximo é recusar colaborar com os que mascaram violência sob o manto da caridade.
¹² Se um líder pede dinheiro com insistência, promete recompensas divinas ou ameaça quem não colabora, desconfie.
¹³ Nada material pode ser dado à Divindade que Ela mesma não possa criar. Ela não precisa de atravessadores nem de oferendas, e se algum sacerdote serve de fato à Divindade, é Ela quem suprirá suas necessidades.
¹⁴ Quem deseja ouvir a Divindade deve ouvir antes a natureza, a lógica e a autodeterminação. Ignorar o que é acessível é fechar os olhos ao que está além.
Como praticar a caridade
¹⁵ Faça a caridade em silêncio, sem esperar nada em troca, certificando-se de que o destinatário não é perverso.
¹⁶ Cuidado com quem ostenta caridade: quem corrompe até isso, o que fará com mais poder?
¹⁷ Caridade não é comércio nem desculpa para beneficiar perversos.
Instituições e responsabilidade moral
¹⁸ Ao doar para instituições, tenha o triplo de prudência. Se elas praticam violência ou incentivam cobiça, você se torna cúmplice, como quem paga matadores para assassinar inocentes.
¹⁹ Terceirizar a violência não elimina a culpa. Quem é roubado para financiar a barbárie é vítima; quem colabora voluntariamente é cúmplice.
²⁰ Quem contrata um matador é o principal responsável pela morte; o executor só responde se agir com dolo. O mesmo vale para instituições de caridade perversas.
²¹ Há diferença entre o executor honesto e o que sequestra, tortura ou mata pacíficos. Quem conhece a injustiça e ainda assim pratica violência é violento.
²² Um prestador de serviço, como uma arma, não é bom nem mau em si; responde se desejar o resultado violento.
Presunção de civilidade e cautela
²³ Pessoas civilizadas presumem civilidade, salvo diante de perversos reincidentes.
Conclusão e afastamento da barbárie
²⁴ Seja responsável ao praticar a caridade: ela pode salvar ou destruir, conforme a mão que a guia e o propósito que a move.
²⁵ Afaste-se da barbárie e jamais pratique violência disfarçada com nomes pomposos.

A caridade real possui mais peso que a falsa praticada com ouro da hipocrisia. A balança da Divindade pesa a Verdade, não as aparências.
XII- Mesmo que não acredite na Divindade, respeite as tradições religiosas pacíficas.
Respeito aos pacíficos e providência divina
¹ Respeite tanto os ateus pacíficos quanto os costumes pacíficos que as religiões professam.
² A Divindade Máxima enviou profetas e oráculos a todos os povos.
³ A Divindade Incognoscível se manifesta na existência de muitos modos, e Sua Misericórdia é infinita e indecifrável.
⁴ Lembre-se do Primeiro Princípio Universal: a Divindade Máxima não erra e não falha.
⁵ Cada indivíduo está no seu devido lugar e chegará onde deve chegar no momento correto, mesmo que não seja nesta vida, nem neste Universo.
⁶ A Divindade Máxima é Paciente e Misericordiosa.
Perversão do sagrado e origem do fanatismo
⁷ Cuidado com os escritos sagrados de qualquer fé, pois a perversão deles pode incentivar violência e cobiça disfarçadas de boas intenções.
⁸ As piores violências e a cobiça mais fanática sempre se originaram de preceitos sagrados corrompidos por falsos sacerdotes e pessoas perversas.
⁹ Não se deixe seduzir pelo belo discurso desses falsos sacerdotes e dos perversos.
¹⁰ A idolatria é a mãe de toda violência e cobiça, a origem de todo fanatismo religioso ou político.
¹¹ Não se deixe enganar por preceitos religiosos inventados por motivos políticos para dominar os povos.
Relação direta com a Divindade e autenticidade
¹² A Divindade não precisa de intermediários nem de bajuladores. Se tiver algo a exigir ou ensinar, Ela mesma falará diretamente a quem precisa ouvir.
¹³ Esteja atento para não cair na armadilha de quem tenta impor moralidade usando a Divindade como pretexto.
¹⁴ Se sentir necessidade de praticar alguma fé, pratique com sabedoria. Jamais obrigue alguém a segui-la pela força, nem falsifique os ensinamentos recebidos.
¹⁵ Não seja um idólatra, nem um corruptor de instruções divinas para benefício próprio.
¹⁶ Aprenda a separar os ensinamentos autênticos daquilo que falsos sacerdotes ousaram acrescentar ou suprimir.
¹⁷ A Divindade abomina os violentos e cobiçadores. Por que, então, escolheria sacerdotes assim?
¹⁸ Não permita que os corruptores do Sagrado exerçam influência sobre você.
Competência humana: punir violência, não heresia
¹⁹ A Divindade favorece todos que abandonam a violência e a cobiça, e vivem em paz com o próximo, mesmo sem acreditar Nela.
²⁰ Não cabe a você, nem a ninguém, ordenar ou executar punições por heresias ou descumprimentos religiosos.
²¹ Somente a violência contra pacíficos pode ser punida pelos humanos, jamais a mera heresia ou crença pacífica.
²² Atos ou omissões que constituam apenas heresia contra a Divindade só podem ser punidos por Ela.
²³ Se a Divindade quiser, Ela mesma se manifestará no mundo e executará o castigo devido.
Soberania divina, coerência e verdadeira tolerância
²⁴ Não seja um idólatra: você não é Deus, e ninguém pode ser Deus.
²⁵ O Senhor dos Exércitos não precisa de ajuda para punir quem Ele quer punir.
²⁶ Não seja um falso fiel que diz acreditar na Divindade, mas age como se não acreditasse que Ela pode executar Seus próprios decretos.
²⁷ Seja coerente com sua fé.
²⁸ Se a Divindade escolheu punir alguém diretamente, sem intermediários, não cabe a nós julgar. Ela está acima do Fundamentvm.
²⁹ Respeite o decreto executado diretamente pela Divindade, por mais absurdo que pareça aos nossos olhos.
³⁰ Se a Divindade escolheu não agir diante de uma heresia, não nos cabe punir quem Ela mesma não puniu, ainda que a heresia pareça enorme, desde que seja pacífica.
³¹ Essa é a verdadeira tolerância e a forma correta de demonstrar respeito à Divindade e aos Seus decretos incognoscíveis.
Conclusão dos 12 Princípios
³² Estes são os 12 Princípios Universais. Grave-os em sua mente, pratique-os, estude-os e medite sobre cada um deles. Faça deles um farol. A Divindade lhe concederá entendimento sobre cada princípio e o favorecerá, mesmo que você não acredite Nela.

Não importa qual caminho foi escolhido: ciência, filosofia, autoconhecimento ou espiritualidade. Quem pratica o Fundamentvm aprenderá mais sobre si e sobre a Natureza com juízo aguçado; viverá em paz com os outros de forma tão harmônica e tolerante que manifestará, com suas ações e omissões, uma profunda espiritualidade, mesmo se for declaradamente ateu, pois onde há paz e tolerância, a Divindade habita como se fosse um templo.






