O Fundamentvm não tem templos religiosos
O Fundamentvm não possui igrejas, sinagogas ou templos específicos para ritos religiosos, pois seus Princípios Universais devem ser praticados em qualquer momento e lugar, independentemente da crença em alguma Divindade. Por isso, não há necessidade de templos exclusivos para conditores.
Contudo, é notável a afinidade do Fundamentvm com a simbologia romana. Isso ocorre porque o povo romano foi o que mais se aproximou da prática do Fundamentvm.
De 753 a.C. até cerca de 509 a.C., os romanos viveram de forma civilizada, isto é, sem roubo e sem escravidão legalizados, algo que muitos hoje consideram utópico. Apesar de notável, esse fato ainda é desconhecido até mesmo entre defensores da extinção da violência legalizada, como libertários e anarcocapitalistas, que sonham em fundar um “ancapistão”, mas ignoram que ele já foi fundado por Rômulo e se chamava Roma.
Além desse feito grandioso, Roma foi o berço da civilização em muitos aspectos. No campo jurídico, foi o único povo que aplicou a Justiça Privada com base no Direito Natural. No campo do saber, produziu feitos épicos em ciência e engenharia. E tudo isso tem relação direta com a prática romana do Fundamentvm.
À medida que Roma se afastou do Fundamentvm, degenerou-se e tornou-se o seu oposto: a Roma dos césares e dos políticos que se julgavam deuses. Não negamos a história, ao contrário, fazemos questão de lembrá-la, para que tais erros jamais se repitam.
Por tudo isso, utilizamos símbolos romanos.
Se você deseja praticar algum rito religioso, pode frequentar qualquer templo já existente ou fundar um novo, conforme sua tradição. O Fundamentvm não impede que você reze ou pratique ritos religiosos. Apenas recomenda que você pratique os 12 Princípios Universais, e isso deve ser feito em todo tempo e lugar.
Conditores podem fundar ou manter templos religiosos?
Sim. Não há proibição nem exclusividade. O Fundamentvm pode ser praticado por ateus ou religiosos. Logo, se seu objetivo é realizar orações ou ritos, você pode fundar ou manter qualquer templo sagrado de seu interesse.
A única recomendação é que se empenhe na prática dos 12 Princípios Universais e respeite as normas privadas da religião que professa. O local apropriado para que conditores conversem e debatam assuntos de interesse comum é o Senado.
O Senado
Embora o Fundamentvm não possua templos específicos como os cristãos, judeus, islâmicos ou outros grupos religiosos, é comum que conditores mais observantes busquem se reunir para tratar de temas de interesse mútuo. Esses locais de encontro são chamados Senatus ou simplesmente Senado. Seus membros são chamados de senadores ou senatores.
Cada senador possui autoridade para falar sobre qualquer assunto. Não há hierarquia entre os membros.
É importante destacar que o Senado não é um espaço aberto ao público. Trata-se de uma instituição privada. Seus membros são escolhidos com prudência, para assegurar que cada novo senador seja um praticante real do Fundamentvm, e não apenas mais um plebeu empolgado que repete os Princípios Universais como um papagaio, mas é incapaz de colocá-los em prática em situações simples da vida.
Portanto, não se assuste se sua solicitação para ingressar em algum Senado for recusada. Reflita: que falha na prática do Fundamentvm pode ter motivado essa recusa? E, se ainda assim discordar, você é livre para fundar um novo Senado.
É evidente que nosso Senado é muito diferente das instituições que sustentam a violência legalizada, ou mesmo do Senado romano da decadência. Aquele exigia que seus membros fossem “eleitos” para exercer um poder que nenhuma pessoa deveria ter sobre outra, já que nenhum de seus membros é Deus, e jamais será.
O Senado pode ter líderes?
Qualquer associação de pessoas possui líderes. A diferença é que, no Fundamentvm, não existe “líder supremo”, muito menos um “líder infalível” ou alguém com exclusividade para interpretar os Princípios Universais. Não existem sacerdotes nem qualquer tipo de hierarquia entre os praticantes do Fundamentvm.
Somente a Divindade é infalível. Nenhum de nós é Deus. E sabemos, porque praticamos o Fundamentvm, que pessoas erram e falham o tempo todo.
Logo, recomendamos: jamais confie cegamente em líderes, inclusive os que afirmam praticar o Fundamentvm.
Estude e pratique o Primeiro Princípio Universal. Você é o único responsável por sua fé, não o líder, e muito menos um “sacerdote-líder”.
Por isso, desconfie de qualquer pessoa que fale no Senado ou em nome da instituição. Ela não é a Divindade. Pese cada palavra com critério. Olhe para a natureza com lógica. Não seja um idólatra. Exerça sua autodeterminação.
Pode haver segundas intenções, e, normalmente, há. Senadores são pessoas. Não são anjos. Nem deuses.
Tenha atenção. Desconfie ainda mais de quem se diz “santo” ou afirma falar em “nome da Divindade”.
Quando a Divindade quer se manifestar ao mundo, Ela própria o faz e fala. A Divindade não precisa de intermediários. Não necessita de “sacerdotes santos” para falar em nome Dela. Nem de ninguém para impor a Sua vontade.
Cuidado com os impostores.
As decisões do Senado são democráticas?
Conditores não são democráticos.
Não. O Fundamentvm não é coletivista. Portanto, o que a maioria pensa não importa. O critério de validade das decisões do Senado é o próprio Fundamentvm, do qual derivam os 12 Princípios Universais.
Se você deseja ingressar em um Senado ou seguir seu conselho, sempre se pergunte:
A deliberação do Senado está de acordo com a natureza?
Ela é lógica?
Ela é pacífica?
Respeita outras entidades autodeterminantes pacíficas?
O Senado rejeita brincar de ser Deus da vida alheia?
Se a resposta for “sim”, ótimo. Estamos diante de senadores observantes do Fundamentvm. É provável que o conselho da instituição seja pertinente e útil.
Caso contrário, desconfie.
As decisões do Senado podem ser tomadas por qualquer meio previamente acordado entre os membros, inclusive por votação. Mas nenhuma deliberação tem autoridade para contrariar o Fundamentvm.
Se você conhece algum Senado que brinca de ser Deus e toma decisões violentas, sem fundamento na natureza ou na lógica, desconfie imediatamente.
Tudo indica que se trata de um grupo de bárbaros fingindo ser civilizados. Ou seja, idólatras e violentos que usam o nosso nome em vão. Não dê crédito a eles.
Sejamos honestos. Afastemo-nos de toda idolatria. É nosso dever rejeitar a influência dos perversos e praticar o Fundamentvm.
Lembre-se: não é porque a maioria deseja a violência que devemos incentivá-la. Praticamos o Fundamentvm mesmo quando a maioria discorda.
Por isso, conditores rejeitam a ideia grega de que a maioria pode impor ou proibir qualquer coisa sobre outra pessoa. Isso se chama democracia. E, embora popular, é barbárie.
Violência ordenada por um rei absoluto (monarquia absoluta) ou por uma maioria (democracia) continua sendo violência. Nenhuma pessoa é Deus, esteja sozinha ou em multidão.
Se você realmente respeita outra pessoa, deixará que ela siga o próprio caminho em paz, mesmo quando você discorda.
Você não é Deus para impor regras morais à vida alheia.
A democracia é uma ideia ilógica e incompatível com a vida civilizada.
Reflita:
Se a vontade do indivíduo realmente importa (o que justifica a votação), então por que tomar decisões no lugar dele?
E se ele pode tomar as próprias decisões, por que submeter sua vida à vontade da maioria?
É ilógico. Totalmente absurdo.
Além disso, cada indivíduo é único. E ninguém tem o direito de brincar de Deus da vida alheia.
Desde que a outra pessoa viva em paz, ninguém tem o direito de interferir, isto é, de usar a força para obrigar ou proibir.
Não somos bárbaros.
Somos conditores.
Praticamos o Fundamentvm.
Qualquer pessoa conditriz pode fundar um Senado?
Sim, desde que esteja disposta a praticar o Fundamentvm. Não há restrições.
Contudo, recomendamos que Senados não sejam criados com o objetivo de realizar orações ou ritos religiosos. Lembre-se: o Senado deve ser um espaço aberto a todos os conditores, sejam ateus ou religiosos de qualquer fé.
Cada membro deve ter liberdade para discutir qualquer assunto de interesse comum. Todos devem poder falar e participar em igualdade de condições. Quando atuar como senador, jamais tente calar alguém que pensa diferente. Isso é idolatria.
Discordâncias devem ser resolvidas com Fundamentvm, isto é, com base na natureza e na lógica. O Senado é o lugar onde se exercita a autodeterminação.
Portanto, é comum haver discordâncias.
E quando elas surgem entre conditores honestos e observantes, quase sempre resultam em aprendizado mútuo e novos horizontes.
Por isso, pratique o Fundamentvm com honestidade. É para isso que um Senado existe.
O que são as Legiões?
Conditores de diferentes lugares podem cooperar para formar Legiões de todo tipo. Elas são agrupamentos criados para fins práticos, desde o ensinamento do Fundamentvm até atividades de caridade, esportes, lazer, preparação para a guerra em justa defesa ou aplicação da Justiça contra os violentos.
Não há limites. Pode haver Legiões para qualquer propósito pacífico.
As Legiões militares, as mais conhecidas, são apenas uma entre muitas possibilidades.
Legiões agem com prontidão. Seus membros se tratam como irmãos e cuidam uns dos outros. Sempre buscarão o conselho de algum Senado, agirão com estratégia e farão o necessário para atingir o objetivo comum.
Não importa a finalidade. Se for justa, a Legião a cumprirá com Força e Honra, carregando o estandarte SPQR.
Qual a diferença das Legiões para o Senado?
No Senado, os conditores debatem, levantam hipóteses, expõem ideias, fazem recomendações e tomam decisões gerais sobre qualquer assunto. As discussões podem ser longas, técnicas e até inconclusivas.
Nas Legiões, os conditores agem. Executam. Fazem acontecer.
Para ilustrar:
As Legiões lançam ou retiram flechas.
O Senado discute o que é uma flecha, se ela existe, como se move, se teve intenção, se deve ser lançada ou removida, quem lançou, por quê, e se houve violação do Fundamentvm.
E talvez nem chegue a uma conclusão sobre o que fazer.
Se seu perfil é mais prático, participe de uma Legião.
Se é mais teórico, seu lugar é o Senado.
Se lida bem com ambos, participe dos dois.
O Povo
As pessoas que não têm compromisso com o Fundamentvm são chamadas de povo ou plebe. Trata-se de um coletivo que age de forma reativa, como um cardume levado pelas correntes do mar.
Apesar de cada indivíduo da plebe possuir potencial para manifestar autodeterminação, muitos escolhem a insensatez, isto é, seguir caminhos ilógicos, sem base na natureza, apenas por desinteresse ou por obediência cega a ordens aleatórias.
Em geral, a plebe não comete violência intencional contra outros. Mas permite que terceiros o façam em seu nome, como ocorre quando aceita que os poderosos promovam o roubo legalizado (impostos) ou a escravidão legalizada (regulamentações estatais).
A plebe dificilmente apoiaria invadir casas com as próprias mãos para roubar ou escravizar. Mas costuma tolerar que o façam por ela.
No mais, a plebe pouco compreende o que ocorre ao seu redor. Não costuma ter consciência plena, apesar de tender ao autoritarismo e à cobiça.
Segue a direção que o “líder do cardume” apontar. Literalmente, não está nem aí. Assim como animais ou crianças, é mais influenciada por apelos emocionais do que por argumentos lógicos baseados na natureza.
A diferença entre o burro e o povo é que o burro aprende com o chicote. A plebe, muitas vezes, nem assim.
Mas diferente dos animais, que não têm escolham, a plebe opta por ignorar o Fundamentvm. Deixa-se escravizar pelas forças da natureza, entregando-se a qualquer direção que o vento soprar.
E ninguém pode despertar um plebeu que se recusa a acordar.
Somente ele pode escolher sair do sono profundo em que se colocou.
Os conditores são inimigos do povo?
Não. O Fundamentvm não exclui nem persegue o povo. Por isso, usamos o estandarte SPQR: Senatvs Popvlvsqve Romanvs, “O Senado e o Povo de Roma”.
Das quatro letras, duas referem-se diretamente ao povo (P e Q), e a última (R) refere-se tanto ao povo quanto ao Senado.
Mesmo que todos os povos passem a respeitar o Fundamentvm, ainda haverá muitos que não se importarão com os 12 Princípios Universais e desejarão viver no automático, sem refletir nem decidir por si.
Essas pessoas evitarão violar os Princípios não por convicção, mas por medo da Justiça, da guerra ou da legítima vingança dos conditores.
A plebe sempre existirá. E será maioria.
Nosso dever é respeitá-la.
Não somos Deus. Jamais devemos usar a força para obrigar alguém a deixar de ser plebeu, por mais nobres que sejam nossas intenções.
Acordar é uma escolha pessoal.
Se alguém deseja ser levado pela vida como um vegetal ou uma criança, desde que viva em paz, é seu direito.
Quem são os bárbaros?
Os bárbaros não são o Senado, nem o povo de Roma. Simbolizam nossos vícios interiores e também as pessoas violentas que atacam pacíficos injustamente.
São idólatras. São inimigos de Roma. E lidamos com eles praticando os 12 Princípios Universais.
Existem dois tipos de bárbaros: o comum e o perverso.
O bárbaro comum é, na maioria das vezes, apenas alguém confuso, que erra por ignorância. Tão logo conhece os Princípios, tende a mudar, pouco a pouco. Por isso, seus erros podem ser perdoados, pelas vítimas ou pelos sucessores.
Já o bárbaro perverso é outro caso. Estude o 5º Princípio Universal.
As agressões do perverso jamais devem ser perdoadas. Perdoá-lo é entregar-lhe um punhal. Ele o usará contra você, sem piedade.
Nossa missão como conditores é extinguir a barbárie e levar o Fundamentvm a todos os cantos do Multiverso.
SPQR, o que é isto?
SPQR é o acrônimo da expressão latina Senatvs Popvlvsqve Romanvs, que significa: “O Senado e o Povo de Roma.”
Esse lema está inscrito em nossa bandeira. As Legiões carregam esse símbolo para indicar que agem sob orientação de algum Senado. E muitos senadores o utilizam para lembrar que suas palavras têm origem no Fundamentvm.
Você sabia?
Conditores ou fundatores são as pessoas, de qualquer sexo, que praticam o Fundamentvm. A forma singular masculina é conditor ou fundator (fundador). Para o feminino, usamos conditrix (conditriz) ou fundatrix (fundatriz). Se quiser aportuguesar as palavras, pode usar os termos conditor, fundador, conditriz ou fundatriz.
Senadores ou senatores são os membros participantes do Senatus, o Senado. A forma singular masculina é senador ou senator. Para o feminino, usamos senadora ou senatrix. Se quiser aportuguesar as palavras, pode usar os termos senador e senatriz.
Não havia impostos na Roma Antiga. Saiba mais: CORNELL, Tim J. The Beginnings of Rome: Italy and Rome from the Bronze Age to the Punic Wars (c. 1000-264 BC). Routledge, 1995.
Conheça mais sobre a Justiça Privada em Roma baseada no Direito Natural: LEONI. Bruno. Liberdade e a Lei. São Paulo: Instituto Lwdwig Von Mises, 2010.