Toda pessoa sentimental é idólatra porque os fatos não importam para ela, mas somente os sentimentos. Crianças são sentimentais. Em geral, não adianta mostrar fatos e lógica para elas. Por isso, os pais enrolam-nas com mentiras para que elas se “sintam melhor” e obedeçam. Este é um erro comum na criação dos filhos. Além de não ensinar as crianças a vencer o monstro dentro delas, viola o 4º Princípio Universal, treinando-as para a obediência cega, causando problemas familiares e pessoais graves no futuro.
As pessoas crescem em idade, mas continuam infantis e apegadas aos sentimentos na vida “adulta”. Por isso, a elite romana ensinava suas crianças a desapegarem-se dos sentimentos e a pensarem com base nos fatos e na lógica, sem sentimentalismos, mesmo que isso doesse na infância (e dói, é normal e faz parte do treinamento para uma vida saudável adulta). Esta corrente filosófica ficou conhecida com o nome de estoicismo e gerou lendas de sabedoria como o Imperador-Filósofo Marco Aurélio, autor do livro “As Meditações” e o escravo-filósofo Epíteto, escritor do livro “A Arte de Viver”.
O estoicismo se perdeu com o Imperador Justiniano que tornou ilegal a prática dessa filosofia, proibindo-a no ano 529. A partir de então, as famílias romanas do oriente, por influência cristã, pararam de ensinar aos filhos a importância de jamais olhar para o rosto da Medusa.
A Medusa petrifica todos que olham diretamente para ela, assim são todos os que se deixam levar pelos sentimentos. Eles são mortos pela petrificação porque perderam a capacidade de se autodeterminarem, não se diferenciando em nada de qualquer outra entidade não-humana da natureza. O que nos faz humanos não é nossa aparência física (1º Princípio), mas a capacidade de manifestar autodeterminação que nos dá a faculdade de SERMOS CAUSA DE NÓS MESMOS. A autodeterminação é a fonte do direito natural à autopropriedade. Quando perdermos essa capacidade, perdemos a única característica que nos torna humanos e, por isso, simbolicamente, morremos petrificados, isto é, pela incapacidade de nos movimentar, símbolo da renúncia ao exercício da autodeterminação.
Como vencemos a Medusa? Não devemos olhar diretamente para ela, enfim, jamais devemos nos entregar aos sentimentos, pois equivale ao mesmo que estar totalmente drogado. Devemos olhar para o reflexo dela no escudo concedido por Athena. E só depois, cortar a cabeça do monstro com a espada Divina. Athena é o símbolo do conhecimento porque nascida diretamente da cabeça de Zeus, ela personifica a lógica. Devemos olhar para a Natureza e aprender com ela, assim, formamos o nosso Escudo Divino de proteção forjado por Athena e, com nossa força de vontade, também forjamos a espada para cortar nossa tendência de se entregar ao sentimentalismo que anula a nossa humanidade.
Isso nos mostra que os sentimentos só podem ser vencidos quando abandonamos a idolatria e passamos a sustentar nossos juízos e ações na Natureza e na lógica porque escolhemos assim proceder (autodeterminação). A autodeterminação é simbolizada na mitologia pelo esforço empreendido por Perseu para olhar ao redor somente por meio do reflexo do Escudo de Athena, mesmo sob o estresse de um ataque iminente por um monstro, mesmo quando o instinto o incentivava a olhar ao redor diretamente com os próprios olhos. Por esse meio, Perseu pôde ver os reflexos no escudo, identificar onde estava o monstro e, com a espada de Athena (símbolo da vontade direcionada para um fim) pôde cortar a cabeça do monstro com um golpe certeiro e fatal. Assim, munido do escudo e espada Divinos, Perseu usou as ferramentas Divinas para cortar a cabeça de Medusa sem ser petrificado por ela.
Quando aprendemos com a natureza, usando a lógica, vencemos a idolatria. As aparências perdem a importância porque olhamos para as coisas como elas são, não como se parecem ou gostaríamos que elas fossem. Por consequência, a medusa não pode mais nos petrificar, nem ameaçar.
Assim como Perseu, o que antes poderia nos matar (o olhar da Medusa), podemos usar como arma para matar até o pior dos monstros que Poseidon fizer surgir das águas do mar! Lembrando que o oceano é um símbolo do interior de nosso inconsciente e de suas várias armadilhas que alimentam os sentimentos escravizadores e autodestrutivos mais profundos.
Aceite a autodeterminação que lhe torna humano. Use este presente Divino e vença a medusa! Você pode e deve se não quiser passar o resto de sua vida como um plebeu petrificado pelos sentimentos.
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