Esta porta tem quase 2000 anos. Um paralelo entre engenharia romana, culto moderno ao diploma e os 12 Princípios Universais.

Quando você chega ao Panteão e olha para cima, percebe que não é “uma porta grande”. É um portal de outro mundo. As portas originais de bronze maciço do templo foram instaladas entre 118 e 126 d.C., na época do imperador Adriano. Estão ali há quase dois milênios, atravessaram impérios, saques, guerras e reformas. Continuam firmes, funcionando.

O mais irônico é lembrar que essas portas não foram feitas por “engenheiros certificados” com diploma plastificado pendurado na parede. Foram construídas por artesãos, ferreiros e mestres de obra que aprenderam fazendo. Gente que dominava metalurgia, geometria e mecânica com maestria, sem precisar de um pedaço de papel assinado por político. Gente comum, com defeitos e sonhos não realizados, que ainda assim ergueu esta porta colossal.

Cada folha tem cerca de 7,6 metros de altura, 2,3 metros de largura e pesa algo em torno de 8,5 toneladas de bronze sólido. Mesmo assim, uma única pessoa consegue abrir e fechar cada asa com relativa facilidade. A razão é simples. O sistema de dobradiças, eixos e contrapesos foi calculado com precisão. Equilíbrio perfeito. Nada de software, nada de “norma técnica” com 300 páginas. Só conhecimento real aplicado em metal e pedra.

A fechadura ainda funciona depois de quase 2000 anos. Não é peça de museu desligada. É mecanismo em uso. Enquanto muita obra moderna não aguenta nem a primeira reforma, a porta romana segue no lugar. É o tipo de lição que a cultura do diploma odeia. Prova que saber fazer vale mais que certificado bonito emitido por faculdade que valoriza mais a opinião militante do aluno do que a maestria na profissão que escolheu. Para essas instituições, o bom aluno precisa ter cabelo azul, balançar bandeira LGBT e se sentir profundamente ofendido se alguém recusar maconha, sexo gay ou tiver uma opinião realista sobre o islã. Ser mestre no que faz virou detalhe nas universidades do faz de conta, fábricas de gente ofendida e sem resiliência para construir uma porta que dure milênios.

A solidez dessa porta lembra a solidez dos Princípios Universais. Não dependem de carimbo estatal, nem de conselho profissional, nem de aprovação de maioria barulhenta e infantilizada. Assim como o bronze moldado no Panteão, esses princípios foram forjados em contato com a realidade, com a lógica e com milênios de observação do que destrói e do que preserva a vida pacífica sonhada por Rômulo. Podem passar impérios, ideologias, modinhas acadêmicas e narrativas oficiais. Uma porta bem feita continua de pé, assim como um princípio bem estabelecido.

Chamar porta de janela não muda a natureza dela. Não gostar da porta não altera o que ela é. É uma obra espetacular feita por pessoas reais, com qualidades e muitos defeitos.

Estar diante dessa porta é vislumbrar o que significa construir e participar de algo resistente ao tempo. Você não precisa ser perfeito, nem monge. Pode cagar, mijar, xingar, frequentar prostíbulos e ter defeitos como qualquer pessoa real. No fim, nada disso é o que fica. O que permanece é a porta milenar, a obra que ajudaram a construir com maestria, apesar das limitações pessoais.

Esta porta e os Princípios Universais transmitem a mesma mensagem. Quando os praticamos, ajudamos a construir algo duradouro apesar das nossas muitas falhas. É um aviso claro. Não precisamos de um pedaço de papel para sermos melhores, nem de perfeição moral, nem da admiração de quem prega o que não pratica. Precisamos ser bons no que fazemos. E construir portas que não desabam só porque alguém ficou ofendido.

Portas do Panteão

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